sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Crítica a Precariedade das Unidades Básicas de Saúde do Ceará

A falta de atendimento adequado nas unidades básicas de saúde do nosso Estado causa a superlotação nos hospitais de grande porte, principalmente em Fortaleza.

Dia 19/02/2011, o Diário do Nordeste publicou notícia informando sobre os atuais problemas do hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), entre eles: corredores lotados de pacientes em macas por falta de leitos, equipamentos quebrados e falta de materiais. De acordo com a matéria mencionada “(...) esses problemas poderiam ser resolvidos se a atenção primária e secundária funcionassem. É o que alerta o presidente do Centro Médico Cearense, Lineu Jucá, ao sair em defesa do Frotão, hospital referência em traumatologia. "A atenção primária e terciária não funcionam, então todo esse contingente vem para o IJF. Agora me digam, a culpa é do Frotão ou do sistema de saúde? Vamos discutir coisa séria e não fazer oba-oba para conseguir voto", diz. O presidente do CRM frisa, ainda, que se forem retirados os 60% dos pacientes do Interior que a unidade atende, acabariam as filas nos corredores. Para o cirurgião geral e presidente da Organização dos Médicos do IJF, Ferreira Filho, a situação que vive a unidade se deve ao aumento populacional e à violência urbana, sem que para isso haja um redimensionamento da oferta de leitos hospitalares. A baixa resolutividade da rede secundária, a incapacidade dos gestores para manter um sistema de referência regulado pelas centrais do Estado e do Município e a ausência de hospitais de apoio para pacientes acolhidos, que não são do perfil do Frotão, mas fatores citados pelo médico. Messias Barbosa, superintendente do IJF, declara que a unidade está no seu limite há muito tempo. O gestor diz que é um aparelho do Município que possui 60% da demanda oriunda de pacientes do Interior do Estado. "Ele não consegue mais dar vencimento a essa demanda, que é muito grande. Nós estamos atendendo uma demanda de 8 milhões de pessoas, quando deveríamos atender 2,5 milhões, que é a população de Fortaleza", afirma” http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=936543.

Segundo a repórter Luana Peixoto em matéria publicada no Jornal Diário do Nordeste em 22/02/2011, as equipes de reportagem do D.N. visitaram seis postos de saúde na Aerolândia, Colônia, Pirambu, Cristo Redentor e Álvaro Weyne na manhã do dia 21/02/2011 e comprovaram o sofrimento da população dessas localidades em busca de atendimento médico. A jornalista afirma que “Conseguir uma consulta médica em Centros de Saúde da Família se tornou tarefa das mais difíceis. Muitos cidadãos têm que abrir mão de uma noite de sono para se aventurar, madrugada adentro, nas filas em busca de atendimento. O que, ainda assim, não representa nenhuma garantia. Falta de medicamentos, computadores quebrados, atendimento precário, desorganização, idosos sem prioridade nas filas, falta de água potável, de cadeiras e macas para receber pacientes graves, são problemas comuns a maioria das unidades de saúde em Fortaleza" http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=937910.

Nesse período chuvoso, o problema agrava-se ainda mais. De acordo com o Jornal Jangadeiro, em notícia publicada dia 27/01/2011, “Com as chuvas, a preocupação dos fortalezenses com as viroses aumentou. Em alguns postos de saúde e hospitais, o movimento está 50% maior. E quanto mais gente, mais tempo de espera por atendimento. No Centro de Saúde da Família de Messejana, por exemplo, a sala de espera já fica lotada logo pela manhã desta quinta-feira (27)” - http://www.jangadeiroonline.com.br/fortaleza/virose-cresce-em-50-o-movimento-nos-postos-de-saude-da-capital-118005/.

Sem as devidas providências dos gestores da saúde pública cearense, esses problemas só tendem a aumentar. Tanto os usuários desses serviços, quanto os profissionais que trabalham em situações precárias, devem protestar contra esse sério problema de políticas públicas.

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